Em Cristo está a libertação do homem, afirma Bento XVI

Da Redação CN, com Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI rezou neste domingo, 29, a oração mariana do Ângelus com cerca de 40 mil fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. No breve discurso que antecedeu a oração, o Santo Padre recordou que "todo aquele que deseja a liberdade, a justiça, a paz pode erguer-se e levantar a cabeça porque em Cristo a libertação está próxima, como lemos no Evangelho de hoje".

O Papa em seguida destacou que "Jesus não diz respeito somente aos cristãos, ou somente àqueles que creem, mas a todos os homens, porque Ele, que é o centro da fé, é também o fundamento da esperança. E da esperança, todo ser humano tem constantemente necessidade". E acrescentou: "Ele abraça todas as dimensões do tempo, porque morreu e ressuscitou, é "o Vivente" e, enquanto compartilha a nossa precariedade humana, permanece para sempre e nos oferece a estabilidade mesma de Deus. É "carne" como nós e é "rocha" como Deus".

Momentos antes, Bento XVI recordou que neste domingo iniciamos um novo Ano Litúrgico, que se abre naturalmente com o Advento, tempo de preparação para o Natal do Senhor. O Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a liturgia, afirma que a Igreja no ciclo anual apresenta todo o mistério de Cristo, da encarnação e nascimento até a ascensão, ao dia de Pentecostes e à espera da beata esperança e do retorno do Senhor. O Concílio insiste no fato que o centro da liturgia é Cristo, como o sol ao redor do qual, como os planetas, giram a Bem-aventurada Virgem Maria – a mais próxima – e depois os mártires e demais santos que "no céu cantam louvores a Deus e intercedem por nós".

Esta é a realidade do Ano litúrgico – disse o Papa – vista, por assim dizer, "por Deus". Mas como veem esta realidade o homem, a história e a sociedade? Que relevância pode ter? e o próprio Santo Padre responde:
"A resposta nos sugere o próprio caminho do Advento, que hoje iniciamos. O mundo contemporâneo tem necessidade, sobretudo de esperança: têm necessidade os povos em via de desenvolvimento, mas também aqueles economicamente evoluídos. Cada vez mais percebemos que nos encontramos em um único barco e devemos nos salvar todos juntos".

"Sobretudo – continuou o Papa – percebemos, vendo ruir tantas falsas seguranças, que temos necessidade de uma esperança confiável, e essa esperança se encontra somente em Cristo, o qual, como está escrito na Carta aos Hebreus, é o mesmo ontem e hoje e para sempre".

"A Virgem Maria – concluiu Bento XVI – encarna plenamente a humanidade que vive na esperança fundada na fé no Deus "vivente". Está bem enraizada no presente, no hoje da salvação. Coloquemo-nos na sua escola para entrar verdadeiramente neste tempo de graça e acolher com alegria e responsabilidade, a vinda de Deus na nossa história pessoal e social".

Em seguida o Papa rezou a oração mariana do Ângelus e concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Antes de se despedir dos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro o Papa recordou que no próximo dia 1º de dezembro celebra-se o Dia Mundial contra a AIDS.
O meu pensamento e a minha oração - disse Bento XVI - vão a cada pessoa atingida por essa doença, em particular às crianças, aos mais pobres, a todos que são rejeitados. A Igreja não cessa de trabalhar para combater a AIDS, através de suas instituições e de seu pessoal que se dedica a esse trabalho. Exorto todos a darem a sua contribuição com a oração e de modo concreto, a fim de que todos aqueles atingidos pelo vírus HIV experimentem a presença do Senhor que doa conforto e esperança. Faço votos enfim de que se multipliquem os esforços, e se consiga deter e debelar essa doença.

Comentários