Leonardo Meira
Da Redação CN
Arquivo
Bento XVI durante visita à sede da Academia, em 2005
A economia como espécie de mecanismo de autorregulação com interesses próprios e fins lucrativos é uma visão empobrecida, que deve ser substituída pela dimensão da vida econômica enquanto "exercício de responsabilidade humana, intrinsecamente orientada para a promoção da dignidade da pessoa, a busca do bem comum e do desenvolvimento integral - político, cultural e espiritual - dos indivíduos, famílias e sociedades", definiu Bento XVI aos membros da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
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.: Discurso de Bento XVI à Pontifícia Academia das Ciências Sociais
.: Mais detalhes da Sessão Plenária
O Papa recebeu em audiência os participantes da XVI Sessão Plenária da Academia na manhã desta sexta-feira, 30, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano. O tema do encontro do organismo da Santa Sé é Crisis in a Global Economy. Re-planning the Journey [Crise na Economia Global. Replanejar o caminho] e acontece na Casina Pio IV, entre 30 de abril e 4 de maio.
Bento XVI destacou que a quebra do sistema financeiro mundial, além de demonstrar a fragilidade desse sistema e das instituição a ele vinculadas, também mostra o "erro do pressuposto de que o mercado é capaz de autorregular-se, para além da intervenção pública e o apoio de padrões morais internalizados".
Nesse sentido, o Pontífice lembrou que não se pode negligenciar a natureza da economia enquanto atividade de e para os seres humanos.
Lei natural
Ao ressaltar a necessidade de uma reflexão e investigação interdisciplinar sobre o assunto, o Santo Padre lembrou que replanejar o caminho implica avaliar os padrões de avaliação da vida econômica.
"A Igreja, baseada em sua fé em Deus o Criador, afirma a existência de uma lei universal natural que é a fonte última desses critérios, [...] acessíveis à razão humana e, como tal, devem ser adotados como base para decisões práticas. Como parte do grande patrimônio da sabedoria humana, a lei moral natural, que a Igreja apropriou, purificada e desenvolvida à luz da revelação Cristã, serve como um farol guiando os esforços de indivíduos e comunidades para exercer o bem e evitar o mal, enquanto direcionam seus compromissos para construir autenticamente uma sociedade justa e humana".
Bento XVI salientou que o aumento, em escala global, das preocupações com o bem comum exige a responsabilidade com as gerações futuras. "A solidariedade intergeracional deve passar a ser reconhecida como um critério ético fundamental para julgar qualquer sistema social".
Por fim, o Papa declarou que "todas as decisões econômicas e políticas devem ser orientadas para a 'caridade na verdade', na medida em que a verdade preserva e canaliza o poder libertador da caridade em meio às sempre contingentes estruturas e acontecimentos humanos.
Da Redação CN
Arquivo
Bento XVI durante visita à sede da Academia, em 2005
A economia como espécie de mecanismo de autorregulação com interesses próprios e fins lucrativos é uma visão empobrecida, que deve ser substituída pela dimensão da vida econômica enquanto "exercício de responsabilidade humana, intrinsecamente orientada para a promoção da dignidade da pessoa, a busca do bem comum e do desenvolvimento integral - político, cultural e espiritual - dos indivíduos, famílias e sociedades", definiu Bento XVI aos membros da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
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.: Mais detalhes da Sessão Plenária
O Papa recebeu em audiência os participantes da XVI Sessão Plenária da Academia na manhã desta sexta-feira, 30, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano. O tema do encontro do organismo da Santa Sé é Crisis in a Global Economy. Re-planning the Journey [Crise na Economia Global. Replanejar o caminho] e acontece na Casina Pio IV, entre 30 de abril e 4 de maio.
Bento XVI destacou que a quebra do sistema financeiro mundial, além de demonstrar a fragilidade desse sistema e das instituição a ele vinculadas, também mostra o "erro do pressuposto de que o mercado é capaz de autorregular-se, para além da intervenção pública e o apoio de padrões morais internalizados".
Nesse sentido, o Pontífice lembrou que não se pode negligenciar a natureza da economia enquanto atividade de e para os seres humanos.
Lei natural
Ao ressaltar a necessidade de uma reflexão e investigação interdisciplinar sobre o assunto, o Santo Padre lembrou que replanejar o caminho implica avaliar os padrões de avaliação da vida econômica.
"A Igreja, baseada em sua fé em Deus o Criador, afirma a existência de uma lei universal natural que é a fonte última desses critérios, [...] acessíveis à razão humana e, como tal, devem ser adotados como base para decisões práticas. Como parte do grande patrimônio da sabedoria humana, a lei moral natural, que a Igreja apropriou, purificada e desenvolvida à luz da revelação Cristã, serve como um farol guiando os esforços de indivíduos e comunidades para exercer o bem e evitar o mal, enquanto direcionam seus compromissos para construir autenticamente uma sociedade justa e humana".
Bento XVI salientou que o aumento, em escala global, das preocupações com o bem comum exige a responsabilidade com as gerações futuras. "A solidariedade intergeracional deve passar a ser reconhecida como um critério ético fundamental para julgar qualquer sistema social".
Por fim, o Papa declarou que "todas as decisões econômicas e políticas devem ser orientadas para a 'caridade na verdade', na medida em que a verdade preserva e canaliza o poder libertador da caridade em meio às sempre contingentes estruturas e acontecimentos humanos.
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