Sacerdotes são operários da civilização do amor, afirma Papa

Da Redação CN, com Rádio Vaticano

A conclusão do Ano Sacerdotal esteve no centro da oração mariana do Angelus deste domingo, 13, na Praça São Pedro, que o Papa Bento XVI rezou na presença de milhares de fiéis e turistas que não se deixaram intimidar pelo sol e pelo calor de Roma.

Esta cidade, disse o Papa, viveu jornadas inesquecíveis, com a presença de mais de 15 mil sacerdotes de todas as partes do mundo. "Por isso, hoje desejo dar graças a Deus por todos os benefícios que este Ano trouxe para a Igreja em todo o mundo. Ninguém jamais poderá medi-los, mas certamente estão visíveis e serão ainda mais visíveis os seus frutos."

A conclusão teve um significado ainda mais especial, destacou o Pontífice, pois foi celebrada na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que tradicionalmente é o dia de santificação sacerdotal:

"Com efeito, queridos amigos, o sacerdote é um dom do Coração de Cristo: um dom para a Igreja e para o mundo. Do coração do Filho de Deus, do qual transborda a caridade, brotam todos os bens da Igreja, e de modo particular tem origem a vocação daqueles homens que, conquistados pelo Senhor Jesus, deixam tudo para se dedicar inteiramente a serviço do povo cristão, a exemplo do Bom Pastor."

Os sacerdotes são os primeiros operários da civilização do amor, disse o Papa, mencionando os inúmeros padres, famosos ou não, cuja lembrança permanece indelével nos fiéis. Como aconteceu em Ars, vilarejo da França onde S. João Maria Vianey desempenhou seu ministério. "Não é preciso acrescentar mais palavras ao que foi dito sobre ele nos últimos meses. Mas sua intercessão deve nos acompanhar ainda mais daqui para frente. Que sua oração, que seu 'Ato de amor' que muitas vezes recitamos durante este Ano Sacerdotal, continue a alimentar o nosso colóquio com Deus."

A seguir, citou o padre Jerzy Popiełuszko, sacerdote e mártir, que foi proclamado Beato domingo passado, em Varsóvia, na Polônia.

Ele exercitou o seu generoso e corajoso ministério ao lado das pessoas engajadas pela liberdade, pela defesa da vida e sua dignidade. Bento XVI notou que sua obra a serviço do bem e da verdade era um sinal de contradição para o regime vigente na Polônia na época. Todavia, seu testemunho foi semente de uma nova primavera na Igreja e na sociedade.

"Se olharmos para a história, podemos observar quantas páginas de autêntica renovação espiritual e social foram escritas com a contribuição decisiva de sacerdotes católicos, animados somente pela paixão pelo Evangelho e pelo homem, por sua verdadeira liberdade, religiosa e civil. Quantas iniciativas de promoção humana integral saíram da intuição de um coração sacerdotal!"

O Papa concluiu sua alocução, confiando ao Coração Imaculado de Maria, do qual celebramos ontem a memória litúrgica, todos os sacerdotes do mundo, para que, com a força do Evangelho, continuem a construir em todos os lugares a civilização do amor. 

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