Homilia do Pe Fernando Cardoso

10 de março de 2011

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Jesus, neste segundo dia da quaresma, fala-nos a respeito de Seu fim, o fim que O espera. O Filho do Homem deve sofrer muito, Ele será rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, deve ser conduzido à morte e ressurgir ao terceiro dia. Esta é a realidade de Cristo; este foi Seu destino, diante do qual Ele não hesitou. Mas depois de nos mostrar Seu destino pessoal, Jesus nos diz: “se alguém quiser vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome a cruz de cada dia e me siga.” Três ordens dadas por Jesus.

Em primeiro lugar, renegar-se a si mesmo, isto é, dizer não, e não definitivo, à parte pior de nós mesmos, àquela parte não evangelizada, àquela parte que, de forma nenhuma, em nós, está destinada a ter um acabamento na glória. Segunda exortação: Lucas insiste na cruz de cada dia porque, à época em que escrevia este texto, provavelmente a Igreja gozasse de paz e não se falava em martírio ou derramamento de sangue. Mas para quem não é martirizado, resta a cruz de cada dia, resta a porta estreita, para a qual nos convida Jesus nesta vida, porque é larga a outra que conduz à perdição. A este propósito, e a esta altura, poderíamos realizar, ou fazer, a seguinte pergunta: eu já sofri alguma coisa pela minha fé? Seria de se temer se a resposta fosse negativa: eu, até hoje, nada sofri pela minha fé. A terceira e última exortação de Jesus àqueles que querem, com Ele, realizar uma quaresma profunda, é segui-lo; segui-lo na leitura diária do Evangelho; segui-lo com tranqüilidade mas deixando que Suas palavras penetrem a fundo o coração, como aquela chuva mansa, continuada, perseverante, que cai na terra e a vai, pouco a pouco, embebendo e fecundando. É desta maneira que somos convidados a seguir Jesus nesta Quaresma.

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