O nosso querido Papa Bento XVI – Joseph Ratzinger – completou 60 anos de vida sacerdotal em 29 de junho de 2011, junto ao seu irmão Georg, na catedral de Frisinga, na Alemanha; e hoje completa 85 anos de vida abençoada por Deus.
Para todos nós católicos é um dia de festa, de alegria e de muitas orações por esse gigante da Igreja, digno sucessor de São Pedro, o “humilde servo da vinha do Senhor”, ou, como dizia o Papa São Gregório Magno, “Servo servorum Dei”, ou seja, o “Servo dos servos de Deus”. Já João Paulo II pedia que rezássemos por ele, para sustentá-lo em seu pontificado.
Jesus quis que sua Igreja tivesse um centro de unidade no Papa, um centro ao redor do qual se constrói a comunhão. Todos que se jogaram insanamente contra o Papa caíram. Cristo quis essa rocha que garantisse a solidez da fé de todos aos ensinamentos de Jesus, e essa pedra é Pedro, e depois dele, está o Bispo de Roma e sucessor de Pedro que, hoje, é Bento XVI. “Tu és Petrus!”. Assim, a Igreja Católica, hoje, depois de dois mil anos, continua em perfeita continuidade com a Igreja apostólica. Temos a certeza de que somos a Igreja das origens, somos a Igreja dos Apóstolos que atravessou os séculos; e esta garantia vem do fato de que nós estamos com Bento XVI, com aquele que Jesus quis como eixo e rocha da unidade da Igreja. Essa Igreja não nasceu do povo nem da vontade dele, mas, como disse o Catecismo, “é um projeto que nasceu no coração do Pai”.
A vida do Papa Bento XVI é integralmente sacerdotal; sua vocação despertou em idade muito jovem, sua formação no seminário foi interrompida somente pelas dramáticas experiências da guerra; foi ordenado aos 24 anos de idade, junto ao seu irmão mais velho e a um forte grupo de jovens bem provados na fidelidade a Deus e à Igreja.
Eles tinham modelos como o jovem sacerdote, o beato Alojs Andritzki, assassinado aos 31 anos em Dachau, em 1943, que disse: “Não esqueceremos, nem sequer por um instante, do nosso sacerdócio”. Bento XVI segue o caminho desse mártir, pedindo que o exemplo da sua humildade e fidelidade, alegre no serviço de Deus, seja um estímulo para o nascimento de novas vocações e para a santidade de todos os sacerdotes.
Hoje, queremos rezar pelo Papa, cercá-lo de carinho e lhe dizer: “Nós o acompanhamos com as nossas orações, o senhor continua sendo a Rocha sobre a qual Jesus constrói, também hoje, a sua Igreja”.
O Papa Bento XVI empolga o mundo com sua vasta cultura. São milhões de católicos e não católicos que leem e estudam seus livros. Os teólogos ressaltam a profundidade de sua interpretação das Escrituras, trazendo para a vida de hoje orientações seguras sobre a verdade revelada. Com ousadia e lucidez ele denuncia os “assassinos da verdade”, os propagadores da “ditadura do relativismo”, que tudo destrói.
É o Papa de uma firmeza teológica que sempre o distinguiu. Ele é “sadiamente moderno”, sem se deixar levar pela mídia ou pelas ondas de cada momento. Denuncia com coragem os erros e os pecados do nosso tempo, como fazia também João Paulo II. Suas encíclicas enfocam, de maneira admirável, todos os problemas atuais. Ele continua, de forma incansável, mesmo aos 85 anos, o grande e belo trabalho de João Paulo II: suas viagens apostólicas, suas encíclicas, sua luta pela dignidade humana, sua defesa da fé pura e católica, sua catequeses, seu amor a todos o homens.
Bento XVI é o Papa que Deus preparou para a missão de estar à frente do Seu rebanho nos primeiros anos deste novo e difícil milênio, que rejeita Deus e que O quer expulsar da sociedade. É um Papa que sabe enfrentar os desafios intelectuais e culturais de hoje, centrado em Cristo, na Palavra de Deus, nos documentos do Concílio Vaticano II e na proposta de uma Nova Evangelização, com novo ardor, novos métodos e nova expressão, pedida por João.
Sua colaboração foi e é decisiva para a Igreja. Junto com João Paulo II – seu auxiliar durante 25 anos – ele impediu que aspectos meramente sociológicos prevalecessem na Igreja e a transformasse numa mera ONG. Eles não permitiram que a Igreja perdesse sua identidade entre as modas das correntes filosóficas contemporâneas. Eles souberam mostrar e defender que a mensagem cristã é a única verdadeira força de libertação, sua postura firme nas discussões conciliares.
Bento XVI, hoje, grita ao mundo o “Kerigma”: a salvação só pode advir do Evangelho, não da filosofia ou da ciência, seja ela qual for. Ele mostra claro que a pobreza, a fome, a sede, o abandono, a solidão, o amor destruído, tudo isso é fruto do “afastamento de Deus”.
No seu livro “Luz do mundo” ele disse: “Que o homem está em perigo e que coloca em perigo a si mesmo e ao mundo, hoje é confirmado também por dados científicos. Pode ser salvo se em seu coração crescerem as forças morais; forças que podem brotar somente do encontro com Deus. Forças que opõem resistência”.
A sólida cultura de Bento XVI apresenta ao mundo uma sabedoria que não se dobra diante do positivismo e do ateísmo, nem de um modernismo enlouquecido. Hoje, ele é como disse São Francisco: “o arauto do grande Rei; a trombeta do Imperador divino”.
Rezemos pelo Papa. Que o Senhor, na Festa da Divina Misericórdia, conceda-lhe as graças necessárias para conduzir o rebanho que Ele conquistou com o Seu Sangue, e que por ele o derramou.
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