A Liturgia nos convida a refletir
sobre o sentido da "LEI".
Deus quer a realização e a vida
plena para o homem e,
nesse sentido, propõe a sua
"Lei" e
o modo como ela deve ser
observada.
Na 1a Leitura,
o Povo de Deus recebe a LEI. (Dt 4,1-2.6-8)
No final da vida, antes de entrar
na Terra Prometida,
MOISÉS deixa um "testamento Espiritual": A LEI proposta por
Deus.
A LEI DE DEUS é sagrada, não pode
ser alterada...
- A "Lei" de Deus
representa uma Sabedoria desconhecida pelos outros povos,
um meio de viver a Aliança com
Deus, e assim chegar à Terra Prometida...
- A Observância da Lei será uma Resposta
de gratidão a esse Deus libertador, que muitas vezes no passado agiu para
salvar o seu Povo.
- A "Lei" de Deus é um Caminho
seguro para a felicidade e a vida plena.
Os Mandamentos são sinal da
proximidade de Deus com seu povo e
da fidelidade de Israel com o seu
Deus.
Por isso, recomenda ao povo, que
acolha a Lei e se deixe guiar por ela.
* O judaísmo sempre deu grande
destaque à Lei,
mas, muitas vezes, de sinal de
Aliança e de Liberdade,
tornou-se um "jugo"
insuportável.
Na 2a leitura:
SÃO TIAGO lembra:
"Sede CUMPRIDORES da Palavra, e não apenas ouvintes"
(Tg 1,17-18.21-22.27)
* A Palavra de Deus devemos
acolher e por em prática...
A Verdadeira Religião não consiste
apenas no cumprimento de ritos
e na fidelidade a certas práticas
de piedade,
mas na dedicação em favor dos
necessitados ("órfãos e viúvas"),
no compromisso por um mundo mais
fraterno e cristão.
No Evangelho, temos a
atitude de CRISTO diante da LEI. (Mc
7,1-8.14-15.21-23)
Retomamos o Evangelho de Marcos...
- Os fariseus, que tramavam contra
a vida de Cristo,
eram profundamente exigentes na
observância externa das leis
e se escandalizaram porque os
apóstolos não faziam antes de comer
os ritos de "purificação",
prescritos por "preceitos humanos"...
- Cristo denuncia esse espírito
mesquinho:
"Hipócritas... Abandonais o Mandamento
de Deus,
apegando-vos à tradição
dos homens"
* Na VERDADEIRA RELIGIÃO, não basta
apenas
a observância externa da Lei e das
"tradições humanas",
precisa também uma autêntica
conversão do coração.
Deus olha o interior das pessoas e
não as práticas exteriores e formais.
- O texto reflete também a
situação vivida pela Comunidade de Marcos,
com relação às leis e tradições
judaicas,
que deviam ser abandonadas diante
da novidade do cristianismo.
A fidelidade à tradição não deve
impedir a justa renovação.
+ A LEI: um CAMINHO, não um fim.
- A "Lei" tem o seu lugar
numa experiência religiosa,
enquanto sinal indicador de um
caminho a percorrer,
é um meio para chegar mais além no
compromisso com Deus e com os irmãos.
- A verdadeira religião não se resume
no cumprimento formal das "leis",
mas num processo de conversão que
leve o homem à comunhão com Deus
e a viver numa real partilha de
amor com os irmãos.
Nesse processo, as "leis" são apenas um caminho, não um fim absoluto...
Nesse processo, as "leis" são apenas um caminho, não um fim absoluto...
* Ainda hoje pode haver uma maneira farisaica de agir,
resistindo a todos os anseios sérios de renovação.
Uma exagerada fidelidade à tradição pode abafar a fidelidade
ao Espírito,
que é dinâmica, não passiva, missionária e não fechada em si
mesma.
+ A Lei o que é para nós?
- Um TABU... um estraga prazeres,
que toleramos com dificuldade...
- Ou um CAMINHO, no qual
percorremos com alegria,
porque sabemos para onde nos conduz com segurança?
- Nos contentamos apenas com a
PRÁTICA EXTERNA,
uma religião de tradição, talvez para salvar as aparências?
- Ou procuramos ter sempre um
coração puro e
disponível à voz de Deus e à voz de nossa consciência?
- Temos um coração aberto às
renovações justas,
sabendo distinguir a Lei de Deus e as Tradições, o Perene e o Transitório?
Cristo veio para nos libertar de
uma religião exterior,
e nos levar a uma religião
interior... "em espírito e
verdade..."
E Nós?
- Praticamos uma Religião como a
dos fariseus,
perfeita nas expressões externas, mas vazia por dentro?
- ou a verdadeira religião proposta
por Jesus,
onde os ritos têm o seu lugar, mas como expressão
dum verdadeiro compromisso com o Reino de Deus?
Aos fariseus de hoje, Cristo
continua denunciando:
"Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles
está longe de mim!"
Com o Tema: Discípulos Missionários a partir
do Evangelho de Marcos,
a Igreja no Brasil, no MÊS DA BÍBLIA nos propõe,
"uma experiência mais
profunda da fé, possibilitando um encontro pessoal
com Jesus Cristo vivo e, por ele,
com o Pai, no Espírito Santo."
Pe.
Antônio Geraldo Dalla Costa
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