Jéssica Marçal
Da Redação CN
O mundo todo já pode conhecer a mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2013. O texto integral da mensagem foi divulgado nesta quarta-feira, 14, em coletiva de imprensa no Vaticano.
Acesse.: NA ÍNTEGRA - Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2013
Com o tema “Bem-aventurados os obreiros da paz”, o Santo Padre lembra que a realidade atual, marcada pelos aspectos positivos e negativos da globalização, requer renovado empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de “todo homem e do homem todo”.
Embora a paz seja colocada em risco por várias formas de terrorismo, criminalidade internacional, fundamentalismo e fanatismos “que distorcem a verdadeira natureza da religião”, o Papa destacou que as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação da humanidade para a paz. “Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus”, ressaltou o Pontífice.
Bento XVI destacou ainda na mensagem que, segundo diz a bem-aventurança de Jesus, a paz é, ao mesmo tempo, dom messiânico e obra humana. “Na verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros. A ética da paz é uma ética de comunhão e partilha”.
O Pontífice também voltou a colocar em questão a necessidade de se defender a vida humana, de forma que sem isso não se pode gerar felicidade nem a paz. “Na verdade, como se pode pensar em realizar a paz, o desenvolvimento integral dos povos ou a própria salvaguarda do ambiente, sem estar tutelado o direito à vida dos mais frágeis, a começar pelos nascituros?”, questiona.
E a família também tem seu papel decisivo na busca pela paz. O Papa destacou que ela tem uma vocação natural para promover a vida e é um dos sujeitos sociais indispensáveis para uma cultura de paz.
“É preciso tutelar o direito dos pais e o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor”.
O Papa também destacou a necessidade de construir a paz através de um novo modelo de desenvolvimento e de economia. Ele lembrou que o modelo que prevaleceu nas últimas décadas apostava na busca da maximização do lucro e do consumo, em perspectiva individualista e egoísta.
“Olhando de outra perspectiva, porém, o sucesso verdadeiro e duradouro pode ser obtido com a dádiva de si mesmo, dos seus dotes intelectuais, da própria capacidade de iniciativa, já que o desenvolvimento econômico suportável, isto é, autenticamente humano, tem necessidade do princípio da gratuidade como expressão de fraternidade e da lógica do dom”.
Em conclusão, o Santo Padre defendeu a necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz, o que requer uma vida interior rica, referências morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados.
“Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmosfera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera tolerância”.
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