Apesar do linguajar brincalhão, o material é sério e embasado:
Por que muitos judeus não acreditaram em Jesus, no tempo em que Ele pregou sobre a Terra? Hoje, buscaremos apresentar as prováveis razões. Antes de tudo, é preciso deixar claro que, no século I, se grande parcela do povo de Israel desprezou Jesus, outros tantos judeus O reconheceram, sim, como o Messias. Tanto é que São Paulo era o Apóstolo dos Gentios (cristãos não-judeus), enquanto São Pedro pastoreava os cristãos judeus.
Como todos sabem, os hebreus deixaram a vida de escravidão no Egito, atravessaram o deserto e, décadas depois, conquistaram os territórios da Terra Prometida, por meio de campanhas militares. A libertação do povo não foi somente física, mas sobretudo espiritual. Porém, a libertação perfeita e definitiva só viria com o Messias.
O problema é que o povo relacionou fortemente a ideia de libertação a uma questão muito mais política do que espiritual (isso lembra a vocês alguma coisa?).
Os judeus sabiam que o Messias seria descendente de Davi, um rei guerreiro. Então, era natural que o imaginassem como um Rambo com sangue nos zôio. Tal expectativa crescia especialmente naquele momento, em que a Palestina era dominada pelo Império Romano. Esperavam que Messias liderasse uma revolta, chutando os lacaios de César pra bem longe.
Inicialmente, uma multidão de judeus achou que Jesus era O cara. Ainda mais depois que O viram multiplicar os pães e peixes, quiseram aclamá-lo como rei. Mas, em vez de ficar lisonjeado, Ele deu toco em geral:
“Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos.Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal.”
- Jo 6, 26-27
Pra completar, Jesus veio com a estranha história de que teriam que comer da Sua carne e beber de Seu sangue. Depois dessa, quem há dois minutos tava gritando “É o rei! É o rei!”, passou a fazer cara de nojinho e a chamá-lo de tantã.
Sim, Jesus é Rei. Mas Seu reino não é deste mundo: “Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue às autoridades dos judeus. Mas agora o meu reino não é daqui.” (Jo 18, 36).
Em Jerusalém, Cristo entrou pelos portões da cidade com a multidão em delírio, louvando-o como o Enviado de Deus. Porém, Ele bem sabia que quase todos aqueles, quando o vissem preso e espancado, perderiam a fé.
A decepção com Jesus foi grande. Ele não era o líder triunfante que Eles almejavam: era só um pobre crucificado. E rapidamente se esqueceram dos Seus milagres e das Suas palavras, que rasgavam os corações de todos e davam sentido à vida. Assim aconteceu para se cumprir a profecia de Isaías:
“Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo diante do qual se tapa o rosto, ele era desprezado e não fizemos caso dele.
Todavia, eram as nossas doenças que ele carregava, eram as nossas dores que ele levava às costas. E nós achávamos que ele era um homem castigado, um homem ferido por Deus e humilhado.
Mas ele estava a ser trespassado por causa das nossas revoltas, esmagado pelos nossos crimes. Caiu sobre ele o castigo que nos dá a paz; e pelas suas feridas é que fomos curados. (…)
Por isso lhe darei multidões como propriedade, e com os poderosos repartirá os despojos: porque entregou o seu pescoço à morte, foi contado entre os pecadores, carregou os pecados de muitos e intercedeu pelos pecadores.”
- Is 53, 3-5; 12
Já vi alguns judeus alegando que esse capítulo de Isaías não se refere a Jesus, e sim ao povo de Israel. Mas está claro que não se trata do povo, e sim de alguém que morreu para salvar este povo. Tá aqui a prova:
“Foi preso, julgado injustamente; e quem se preocupou com a vida dele? Pois foi suprimido da terra dos vivos e ferido de morte por causa da revolta do meu povo.”
- Is 53,8
É interessante notar que Jesus não foi o único profeta desprezado e morto em Israel. Isaías foi serrado ao meio. Jeremias era hostilizado pelo povo e foi perseguido até pelos seus parentes (o apócrifo “Vida dos profetas”, do século I, diz que Jeremias foi apedrejado e morto por israelitas, no Egito). E o profeta Zacarias, filho de Joiada, morreu apedrejado no pátio do templo.
- Retirado do "O Catequista": http://ocatequista.com.br/archives/11255#sthash.VTf7nPTK.jyHJdLDy.dpuf
Comentários