A falta da profecia na Igreja abre espaço ao clericalismo, diz Papa

Francisco destacou que, sem a profecia, falta a própria vida de Deus na Igreja
Da Redação CN, com Rádio Vaticano
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Papa celebra na Casa Santa Marta pelas manhãs/Foto: L’Osservatore Romano
Na Missa desta segunda-feira, 16, na Casa Santa Marta, Papa Francisco falou da importância da profecia na Igreja. Na ausência dela, o Santo Padre disse que falta a própria vida de Deus e sobressai o clericalismo.
Partindo das leituras do dia, o Papa comentou sobre a pessoa do profeta. “O profeta é um homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do presente e coragem para indicar o caminho para o futuro. E o Senhor sempre protegeu o Seu povo com os profetas, nos momentos difíceis, nos momentos nos quais o povo estava desencorajado ou destruído”.
Como um exemplo de dificuldade, o Santo Padre citou o que aconteceu no coração de Maria quando estava aos pés da cruz. Nestes momentos, segundo ele, é necessária a intervenção do profeta, embora nem sempre este seja recebido.
Francisco observou que, quando ao povo de Deus falta a profecia, falta também a vida do Senhor, de forma que a força recai sobre a legalidade. Citando o Evangelho, o Papa recordou que os sacerdotes foram até Jesus questioná-Lo sobre que autoridade usava para as obras que estava realizando.
“Não entendiam as profecias. Tinham se esquecido da promessa! Não sabiam ler os sinais do momento, não tinham nem olhos penetrantes nem ouviam a Palavra de Deus: tinham somente a autoridade (…) Quando ao povo de Deus não há profecia, o vazio que essa deixa é ocupada pelo clericalismo”.
Dessa forma, o Papa explicou que a memória da promessa e a esperança de seguir adiante são reduzidas ao presente: não há nem passado nem futuro esperançoso. E quando reina a legalidade, não há a Palavra de Deus e o povo que crê chora em seu coração, porque não encontra o Senhor: falta-lhe a profecia.
“A nossa oração, nestes dias, nos quais nos preparamos para o Natal do Senhor, seja: ‘Senhor, que não faltem os profetas ao Seu povo!’. Todos nós batizados somos profetas. ‘Senhor, que não esqueçamos a Sua promessa! Que não nos cansemos de seguir adiante! Que não nos fechemos na legalidade que fecha as portas! Senhor, livra o Seu povo do espírito do clericalismo e o ajude com o espírito de profecia”.

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