O terceiro domingo do Advento é chamado “domingo da alegria”. Na caminhada de preparação ao Natal, somos convidados à alegria dos que, com fé, esperando e preparando a vinda do Senhor, conseguem enxergar, já aqui e agora, os sinais do amor divino.
Alegrar-se no Senhor é reconhecer que, apesar das tribulações e incertezas, somos amados por Deus, que se manifesta nas ações de libertação, no resgate da vida, no anúncio da boa-nova aos pobres.
O próprio João Batista, profeta anunciador do Messias, teve suas dúvidas. Ele nos faz pensar em nossas incertezas, na dificuldade de enxergar os sinais de vida do reino de Deus em meio a tantas situações de injustiça e morte.
A alegria cristã não é acreditar que tudo é um mar de rosas e que tudo dará certo. Muitos continuarão sendo injustiçados, muitos continuarão sendo vítimas do preconceito, muitos continuarão sofrendo os efeitos da ganância humana. Mas a alegria que somos convidados a viver hoje nos projeta para um tempo em que Deus terá a última palavra. Um tempo em que a bondade triunfará sobre todo mal, em que o amor vencerá todo ódio, em que Deus será tudo em todos.
Até lá, na alegria, preparamo-nos preparando a vinda definitiva do Senhor. Como João Batista, que preparou o caminho do Senhor vivendo vida simples e austera, convidando à conversão, à mudança de mentalidade. Suas incertezas não o impediram de realizar a missão que Deus lhe havia confiado. Levado à prisão por sua coerência de vida, João nos mostra que mesmo aprisionados, nas adversidades, podemos enxergar os sinais do Messias na vida e na ação de quem se compromete com a causa dos doentes, sofredores e pobres.
Aos que se abrem a Deus, a fé leva à autêntica alegria. A alegria de poder preparar a vinda de Jesus com ações de bondade e vida. E quanto a nós: Jesus é motivo de escândalo, uma pedra de tropeço, ou a razão do nosso caminho e da nossa alegria?
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
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