"Uma virtude é uma atitude interior, um hábito positivo, uma paixão por servir o bem. CIC[1803, 1833]
"Quanto ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo que é verdadeiro, digno de respeito ou justo, puro, amável ou honroso, com tudo o que é virtude ou louvável (Fl 4,8)."
"O objetivo da vida virtuosa é torna-se semelhante à Deus." (São Gregório de Niissa)
As virtudes são divididas em dois tipos, cardeais e teologais.
"As virtudes cardeais são: A prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança." Quatro virtudes que tem um papel de "eixo ou dobradiça" (que, em latim, se diz "cardo, cardinis"). Por essa razão são chamados "cardeais". CIC [1805]
As virtudes teologais são: A fé, a esperança e a caridade. "As virtudes humanas se fundamentam nas virtudes teologais que se adaptam as faculdades do homem para que possa participar da natureza divina." CIC [1812]
Descrição de cada Virtude
Virtudes Teologais
Virtude Teologal - Fé
A fé “é a virtude teologal pela que cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe para crer” (Catecismo, 1814). Pela fé “o homem entrega-se inteira e livremente a Deus”[16], e se esforça por conhecer e fazer a vontade de Deus: “O justo viverá pela fé” (Rm 1,17)[17].
— “O discípulo de Cristo não deve só guardar a fé e nela viver, mas também professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la” (Catecismo, 1816; cfr. Mt 10,32-33).
Somente pela fé podemos conhecer a Verdade do Deus Altíssimo, revelada nas Sagradas Escrituras. É um dom. A fé teologal é muito mais segura do que a fé natural que temos nas pessoas, por exemplo.
Virtude Teologal - Esperança
Seguindo nossa série de virtudes. Das 3 virtudes Teologais, seguiremos com a virtude da fé.
A esperança “é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo” (Catecismo, 1817)[18].
A força da Esperança também nos defende do egoísmo e nos leva a felicidade da caridade. Ela nos protege contra o desânimo; anima-nos diante de nossa fraqueza; faz o nosso coração desejar a bem-aventurança eterna.
Virtude Teologal - Caridade
A Caridade, também pode ser chamada de virtude do amor, é a força com que nos entregamos a Deus, que nos amou primeiro, para nos unirmos a Ele e assim acolhemos o outro como a nós mesmos, por amor a Deus, sem reservas e com o coração. CIC [1822-1829, 1844]
A Caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus. CIC[1822]
Este é o mandamento novo de Jesus Cristo: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12)
A caridade, como virtude teologal, não é a simples beneficência ou filantropia, mas sim a plenitude do amor, por ser participação nossa no Amor de Deus mesmo, que, aliás, é Amor puro. [pt.aleteia.org]
Virtudes Cardeais
Virtude Cardeal - Prudência
Tornamo-nos prudentes quando aprendemos a distinguir o essencial do secundário, a definir metas acertadas e a escolher os melhores meios para as atingir. CIC [1806, 1835]
A virtude da prudência dirige todas as outras virtudes, porque a prudência é a capacidade de conhecer o que está correto. Quem deseja levar uma vida boa deve saber o que é “bom” e conhecer os seus valores. Como o negociante do Evangelho: “Quando ele encontrou uma pérola especialmente valiosa, vendeu tudo o que possuía e comprou-a” (Mt 13,46). Só quando uma pessoa é prudente consegue empregar a justiça, a fortaleza e a temperança para fazer o bem. (YouCat)
A prudência tem dois olhos: um que prevê o que tem de ser feito e outro que examina depois o que se fez. Santo Inácio de Loyola.
A prudência é a "regra certa da ação", escreve São Tomás de Aquino, citando Aristóteles. Não se confunde com a timidez ou com o medo, nem com a duplicidade ou a dissimulação. CIC [1806]
Graças a Virtude da prudência, aplicamos sem erro, os princípios morais aos casos particulares e superamos as dúvidas sobre o bem praticar e o mal a evitar. CIC [1806]
Virtude Cardeal - Justiça
Age-se com Justiça quando se dá a Deus e ao próximo aquilo que lhe pertence. CIC [1807, 1836]
O lema da justiça é “a cada um o que é seu”. Uma criança portadora de deficiência deve ser apoiada de forma diferente de uma criança sobredotada, para que ambas vejam o seu direito respeitado. A justiça esforça-se pelo equilíbrio e anseia por que as pessoas obtenham o que lhes pertence. Também perante Deus temos de exercer a justiça dando-Lhe o que é Seu: o nosso amor e o nosso respeito. (YouCat)
A justiça sem a misericórdia é insensível, a misericórdia sem a justiça é desonrosa. Friedrich von Bodelschwingh (1831-1910, teólogo evangélico e fundador da Casa de Saúde de Betel).
"O homem justo, tantas vezes evocado nos livros santos, distingue-se pela rectidão habitual dos seus pensamentos e da sua conduta para com o próximo. «Não cometerás injustiças nos julgamentos. Não favorecerás o pobre, nem serás complacente para com os poderosos. Julgarás o teu próximo com imparcialidade» (Lv 19, 15). «Senhores, dai aos vossos escravos o que é justo e equitativo, considerando que também vós tendes um Senhor no céu» (Cl 4, 1)." CIC [1807]
Virtude Cardeal - Fortaleza
Quem tem fortaleza responsabiliza-se pelo bem que é conhecido. mesmo que tenha, em caso extremo, de sacrificar a própria vida CIC [1808, 1837], 195.
– Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito. 2Tm 4,2.
– A graça e a desgraça estão para uma pessoa forte como a sua mão direita e a sua mão esquerda: ela serve-se de ambas. Santa Catarina de Sena.
A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições. Dispõe a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida, na defesa duma causa justa. «O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória» (Sl 118, 14). «No mundo haveis de sofrer tribulações: mas tende coragem! Eu venci o mundo!» (Jo 16, 33). CIC [1808]
Virtude Cardeal - Temperança
A temperança é uma virtude porque a intemperança revela-se, em todos os ângulos uma força destruidora.CIC [1809, 1838] .
Quem é imoderado abandona-se ao domínio dos próprios impulsos, fere os outros com a sua avidez e prejudica-se a si mesmo. No Novo Testamento, a temperança também aparece sob a forma de “sobriedade” e “discrição”. YouCat [304]
Na verdade, manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos. Ela ensina-nos a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade. Tt 2, 11-12.
A temperança é a virtude moral que modera a atracção dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração (63). A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento: «Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites» (Sir 18, 30). No Novo Testamento, é chamada «moderação», ou «sobriedade». Devemos «viver com moderação, justiça e piedade no mundo presente» (Tt 2, 12). CIC [1809]
«Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder […], de tal modo que se lhe dedica um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência)» (64).
Concluído segundo o YouCat:
“Sede perfeito como o vosso Pai do Céu é perfeito!” (Mt 5,48). Isto significa que temos que mudar no nosso caminho para Deus. Com as nossas forças humanas só o conseguimos às prestações. Deus apoia as virtudes humanas com a Sua graça e também nos concede, para além disso, as chamadas virtudes teologais, com cuja ajuda atingimos a Luz e a proximidade de Deus. 293-294.
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